A ministra da Cultura, Margareth Menezes, teve um papel fundamental na abertura da 36ª Bienal de São Paulo, um evento que não somente destaca as artes visuais, mas também serve como uma plataforma de reflexão sobre questões sociais e culturais. Com o tema “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, essa edição promete fomentar debates que transcendem fronteiras e se tornam uma discussão vital no cenário artístico internacional.
Ministra da Cultura participa da abertura da 36ª Bienal de São Paulo
Durante a cerimônia de abertura, realizada no dia 4 de setembro de 2025, Margareth Menezes enfatizou a importância do evento. Ela ressaltou que a temática da igualdade, unindo poesia e música, gera espaço para uma profunda reflexão acerca de questões sociais e culturais. O apoio do Ministério da Cultura (MinC) à diversidade e ao fortalecimento das artes é inegável, especialmente com o uso de recursos provenientes da Lei Rouanet.
Henilton Menezes, secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, corroborou as declarações da ministra, destacando que a Bienal é totalmente financiada pela Lei Rouanet, permitindo que o evento seja acessível a todos. Com o acesso gratuito, a Bienal se reafirma como um festival de artes visuais de grande relevância no Brasil e no mundo, atraindo um público diversificado, desejoso de participar desse intercâmbio cultural.
Apoio Contínuo à Arte Brasileira
O evento não é apenas uma celebração artística, mas também um reflexo do comprometimento do governo com o fomento da cultura no Brasil. A Fundação Bienal de São Paulo, que organiza o evento, possui um plano quadrienal aprovado que inclui um financiamento federal expressivo de R$ 263,1 milhões, dos quais R$ 35,7 milhões já foram captados. Historicamente, essa parceria com a Lei de Incentivo à Cultura permitiu a viabilização de investimentos superiores a R$ 335,3 milhões em edições anteriores. Assim, a sustentabilidade financeira da Bienal é um marco importante para a continuidade de iniciativas culturais de grande envergadura.
Maria Marighella, presidenta da Funarte, reforçou a ideia de que as instituições culturais contribuem significativamente para o fortalecimento da sociedade, promovendo o acesso à arte e à cultura. Essa visão é corroborada pela afirmação de Tião Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares do MinC, de que a exposição proporciona um espaço propício para a criação e o desenvolvimento social a partir da arte.
A 36ª Bienal de São Paulo não é apenas uma mostra de artes visuais; é um chamado à reflexão e à ação. A proposta curatorial, sob a orientação do Prof. Dr. Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, convida os visitantes a refletirem sobre a humanidade de uma maneira que transcende o mero consumo artístico. Inspirada no poema “Da calma e do silêncio” da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo, a Bienal busca provocar um diálogo constante entre o passado colonial e a formação cultural do Brasil.
Programa e Eixos Temáticos da Bienal
O evento ocorrerá de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026, ocupando dois espaços significativos: o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, e a Casa do Povo, localizada no centro da capital paulista. Essa escolha de locais não é apenas estratégica, mas também representa uma inclusão da arte em diferentes contextos sociais.
A curadoria, que se inspira na metáfora do estuário, está estruturada em três eixos principais:
Reivindicar espaço e tempo: Um convite à reflexão sobre a ocupação de lugares e a compreensão da temporalidade nas vivências humanas.
Convidar o público a se ver no outro: Nesse eixo, busca-se promover a empatia e a percepção do próximo através da arte, indo além das barreiras sociais e culturais.
Refletir sobre encontros que relacionam passado colonial e a formação cultural do Brasil: Essa proposta visa não apenas reconhecer, mas também dialogar com as histórias que moldaram o presente cultural do país.
Impacto Social e Cultural da Bienal
Não se pode subestimar o impacto que eventos como a Bienal têm sobre a cultura local e nacional. A presença de artistas renomados e a interatividade com o público promovem um amplo intercâmbio de ideias, que é frequentemente fundamental para o desenvolvimento de novos talentos. É uma chance não só de se apreciar obras de arte, mas também de participar de um diálogo cultural que abrange a diversidade de vozes e experiências que coexistem no Brasil.
Hugo Barreto, diretor-presidente da Vale, patrocinadora do evento, expressou seu orgulho em apoiar uma iniciativa que não apenas celebra a arte, mas também leva essa celebração para outras cidades, ampliando o alcance e a acessibilidade da Bienal. Esse tipo de envolvimento corporativo é crucial para a continuidade de eventos culturais, oferecendo uma base sólida que sustenta a arte em diversas esferas.
Ministra da Cultura e a Inclusão Social Através da Arte
Antes da abertura da Bienal, a ministra Margareth Menezes fez uma visita à Faculdade Zumbi dos Palmares, onde foi recebida calorosamente por representantes da instituição. Este momento foi oportuno para reconhecer e valorizar o trabalho feito em prol da inclusão social e da luta contra a intolerância e o racismo. O reitor da faculdade, José Vicente, celebrou o impacto positivo dessas ações afirmativas ao longo das últimas duas décadas.
A Universidade Zumbi dos Palmares é um exemplo emblemático de como a educação pode ser um agente transformador na história do Brasil, principalmente no que diz respeito à promoção do acesso de jovens negros ao ensino superior e à valorização da cultura negra. A presença da ministra nesse contexto sublinha o compromisso do governo com a promoção de políticas que não apenas reconheçam, mas também celebrem a diversidade cultural.
Desdobramentos Futuramente Esperados
Com um programa tão robusto e diversificado, a expectativa é que a 36ª Bienal de São Paulo não só atraia visitantes, mas também possa ser um catalisador para mudanças sociais significativas. Ao despertar a consciência crítica e promover diálogos essenciais sobre temas como igualdade, diversidade e inclusão, a Bienal se torna uma parte integral da narrativa cultural do Brasil.
Perguntas Frequentes
Qual é o tema da 36ª Bienal de São Paulo?
O tema da Bienal é “Nem todo viandante anda estradas – Da humanidade como prática”, abordando questões de igualdade e reflexão social.
Quando a Bienal estará aberta ao público?
A Bienal estará aberta ao público de 6 de setembro de 2025 a 11 de janeiro de 2026.
Qual é a importância da Lei Rouanet para a Bienal?
A Bienal é integralmente financiada pela Lei Rouanet, o que garante acesso gratuito e oportunidades de desenvolvimento cultural.
Quais são os principais eixos temáticos da Curadoria?
Os eixos temáticos são: reivindicar espaço e tempo, convidar o público a se ver no outro, e refletir sobre encontros que relacionam passado colonial e a formação cultural do Brasil.
Como a Bienal contribui para a inclusão social?
A Bienal promove um espaço de interatividade e diálogo cultural, aumentando o acesso à arte e abordando questões de diversidade.
Qual é a relevância da visita da ministra Margareth Menezes à Faculdade Zumbi dos Palmares?
A visita destacou o papel fundamental da instituição no combate à intolerância e ao racismo, além de reconhecer suas ações afirmativas ao longo dos anos.
Conclusão
A participação da ministra da Cultura, Margareth Menezes, na abertura da 36ª Bienal de São Paulo é um reflexo do compromisso contínuo com a promoção da cultura e da arte no Brasil. Este evento não é apenas uma celebração estética, mas também um importante espaço para a discussão de temas sociais que impactam a sociedade. Através de uma programação diversificada e acessível, a Bienal se posiciona como uma força transformadora, capaz de inspirar novas perspectivas e fomentar um diálogo crítico que enriquece o tecido social brasileiro. Em um momento em que a diversidade e a inclusão são mais necessárias do que nunca, a Bienal de São Paulo emerge como um farol de esperança e possibilidades para o futuro da arte e da cultura em nosso país.